A ARTE EXIGE DISCIPLINA
Por Cidah Viana.
Trabalhando com projeto
social, a coordenação conscientiza o aluno participante de que quem
se restabelece é a própria pessoa. O projeto não é capaz de por si só
mudar a pessoa. Entretanto, ele é o caminho para que haja uma tentativa de
integração social. Todavia, é preciso estar com os dois pés no chão, pois
não há como educar sem planos. O contato dos adolescentes com a arte exige
a construção de valores como a disciplina, só então podem se oferecer
outros conhecimentos.
“Os valores estéticos (da
beleza) nos chamam para a natureza, para as cores, para os sons, para as
palavras, ritmos, espaços, transparências, silêncios...” (ROMAÑA, 2004 p.
65).
Dar autoria ao aluno/ator
em relação a sua representação pressupõe lhe dar acesso a algumas
possibilidades de figurinos e acessórios cênicos para que possa escolher o que
mais se aproxima da sua visão do personagem. Igualmente, deve se orientar
e oferecer a chance de se apresentar como ator, a oportunidade de
corresponder ao texto escolhendo a melhor postura corporal, encontrar o
tamanho dos gestos e a marcação da cena no espaço. Só após
verificar qualidade dos elementos plásticos e dramáticos produzidos pelo
grupo, é que o diretor/educador pode intervir verificando individualmente,
auxiliando cada elemento.
Para Moreno apud Diniz
(1995, p. 27), a espontaneidade, “é provavelmente mais antiga que a
sexualidade, a memória e a inteligência. Embora seja a mais antiga em
termos universais e na evolução, é a força menos desenvolvida nas pessoas
e, frequentemente, inibida e desencorajada pelas instituições culturais”.
A compreensão para com os
componentes do grupo deve estar comprometida com o respeito por suas
experiências de vida, pois o princípio fundamental dos projetos é
de promover a integração social de jovens, conscientizando-os da sociedade
para com a nova realidade que se criou nesse segmento. O teatro, as
encenações são pretextos para o crescimento pessoal.
Segundo
Nietzsche (2005, p. 28) “Assim como o filosofo se porta, perante a
realidade da existência, assim se porta o homem artisticamente
impressionável, perante a realidade do sonho; ele gosta de contemplar e o
faz atentamente; pois é por essas imagens que ele interpreta a vida, e
através destes acontecimentos, se exercita para viver”.
Todavia, o projeto não
abre mão de trabalhar os valores estéticos. Criam-se possibilidades de uma
verdadeira experiência de ensino e aprendizagem em que os
alunos participantes acabam adaptando esses novos conhecimentos a vários
aspectos de suas vidas.
A construção da
consciência visual mostra-se surpreendente e produtiva, pois o ator de
teatro precisa conhecer como se expressa a cada momento.